Entrevista de Francisco Diniz para a professora Maria Jose Paulino, para a aluna Andresa Lima e demais alunos do 2º ano do ensino médio da Escola D’Ávila Lins, em Bayeux-PB.

1-Como você se descobriu como poeta?
Sou mesmo um grande curioso e admirador da poesia popular nordestina.

2-Você recebe convites de eventos literários?
Poucos. Recebo mais convites para fazer palestras e oficinas sobre cordel em escolas.

3-Qual foi sua maior conquista como poeta?
Em 2006, no concurso da UFPB “Novos Autores Paraibanos” com o folheto: “Quadrilha Junina”, mas até hoje não recebi o prêmio. Agora o maior reconhecimento pode ser visto no livro de visitas do nosso site www.projetocordel.com.br com o depoimento de dezenas de pessoas desde o ano de 2001 dando valor ao que escrevemos, além das palavras de professores e amigos que nos convidam para exposições.

4-Qual foi sua maior dificuldade como poeta?
Convencer os burocratas sobre a importância de apoio para projetos com o cordel.

5-O que você costuma fazer nas horas vagas?
O que eu deveria fazer era ir mais à praia, aos assentamentos, aos museus, teatros, ao circo, às cantorias de viola, aos espetáculos de dança, de música, aos hospitais visitar os doentes, aos abrigos de idosos, de pessoas com as mais diversas necessidades ou deficiências, visitar os familiares e amigos... Mas eu faço muito pouco estas coisas. Falta-me a competência da organização.

6-O que levou você a ser um Educador Físico?
Sempre pratiquei esportes na infância e adolescência. Foi um caminho natural.

7-Quantos livros você já publicou?
Folhetos de cordel uns 70. Livro nenhum.

8-Qual é do seu livro que você mais se identifica?
No cordel: “Tudo o que eu queria ser e ter” exponho um pouco dos meus sonhos, mas em todos os títulos que escrevi sempre deixo a minha indignação contra as injustiças, corrupção, impunidade e a falta de investimentos públicos em educação, cultura, saúde, segurança, infraestrutura...

9-Para você o que é ser poeta?

É fazer rir, emocionar
Em tudo que elaborar,
É sempre denunciar
O diabo da corrução,
É sonho, é construção,
É a busca da harmonia,
É viver a poesia
Com amor e com paixão!

10-Qual foi a sua primeira obra poética?
Zumbi, o herói do Brasil, em 2000.

11-Quando você começou a se interessar pela vida literária? E de que forma isso aconteceu?
Comecei a escrever cordel em 2000. O contato mais aprofundado com cordel foi em 1995, em minha cidade Santa Helena-PB, que fica lá no sertão, com Valentim Quaresma e Leontino Quirino quando andávamos nas ruas e sítios lendo e distribuindo folhetos com o objetivo de esclarecer o povo sobre a corrupção, sobre o papel da educação de qualidade e a importância de divulgarmos a nossa cultura tradicional.

12-O que um iniciante no fazer poético deve perseguir e de que maneira?
Ler muito, assistir a cantorias de viola, participar de momentos poéticos onde vários autores se apresentam declamando ou lendo seus trabalhos.

13-Poderia recitar um de seus poemas?
Em 2006, desenvolvi um trabalho de cordel nas escolas municipais de Bayeux-PB e junto com os alunos elaborei um título chamado “Pensamentos em Cordel”. Neste folheto há uma estrofe que escrevi, que gosto muito:

Nós somos o que comemos,
O que temos, como agimos,
Nós somos o que sabemos
E também o que sentimos,
Nós somos o que mostramos,
Escondemos ou pensamos,
O que vemos e ouvimos.

João Pessoa-PB, 16 de setembro de 2013.

_________________________________________
Site: www.projetocordel.com.br
E-mail: literaturadecordel@bol.com.br